Novo Gatil Municipal de Braga

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Em meados de Março, a AGERE iniciou obras de remodelação/ampliação no Canil/Gatil Municipal de Braga.
A falta de preocupação e de logística por parte de quem orientou as obras forçou-nos a tomar a decisão da retirada de 13 gatos que se encontravam no gatil, uma vez que não estavam reunidas quaisquer condições de habitabilidade para os felinos. Ademais, a demolição das paredes do gatil estava a ser feita com os animais no seu interior, em absoluto pânico.

Ora, estando a ABRA diariamente no canil com o objetivo de garantir o bem estar dos animais que lá se encontram, não poderíamos de forma alguma permitir a sua estadia lá durante os trabalhos de demolição.

A ABRA desdobrou-se em apelos de ajuda e 7 gatos seguiram para Famílias de Acolhimento ou foram adoptados. Após 5 longos meses os restantes 6 gatos regressaram, no decorrer da semana passada, ao gatil.

A despesa total da estadia dos gatos em hotel é de 2321,01€, mas apenas conseguimos reunir 760€.

Quem acompanha o nosso trabalho sabe que não temos verbas que nos permitam suportar esta despesa.

Desde já aproveitamos para mostrar o nosso desagrado pela forma como decorreu todo o processo das obras de melhoria do Centro de Recolha, concluindo que as mesmas tiveram o único propósito de aproveitamento de espaço, sem ter em conta o conforto e bem-estar dos animais que o Centro acolhe.

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Entendemos que o actual gatil não está preparado para receber os gatos e, por esse motivo, o seu regresso foi sendo adiado. São várias as deficiências que as novas instalações apresentam e que passamos a enumerar:

  • o espaço do novo gatil corresponde a cerca de metade do antigo corredor principal do canil;
  • actualmente, é paralelo/contíguo à grande ala do canil que alberga mais de 20 cães (que ladram por longos períodos);
  • não possui água nem escoamento;
  • a ventilação é escassa (não existem janelas);
  • as boxes estão distribuídas por módulos que não se encontram alinhados;
  • no espaço inferior de cada módulo há um espaço aberto que permite que os gatos mais assustados e pequenos se escondam correndo perigo de ficarem presos e se magoarem;
  • as boxes de cada módulo não se encontram isoladas na sua base, deixando passar água e areia para as de baixo;
  • as portas das boxes estão desniveladas, dificultando a sua abertura, e aumentando a dificuldade em utilizar o fecho destas;
  • a impossibilidade de colocação de armários de apoio para o material necessário ao tratamento dos gatos e limpeza do espaço.

Por último, e o que mais nos preocupa, a dimensão das boxes não permite que o animal tenha qualquer espaço para se mexer após a colocação das gamelas, da caixa de areia (que não podem ser grandes pois não cabem na boxe) e da cama. Situação que se agrava se se tratar de gatas com ninhadas.

De realçar, que o atual conceito de boxes se destina a uso em clínicas/hospitais veterinários, onde os animais permanecem por curtos espaços de tempo e com limitação de movimentos por questões de saúde. No gatil, há gatos que aguardam longos períodos por um dono (por vezes vários meses).

Desde o início das obras que a ABRA tem tentado contactar a AGERE para alertar para todas estas falhas, no entanto, até à data, não houve qualquer resposta.

Esta é a nossa opinião, a opinião de quem diariamente enfrenta todas estas dificuldades.

Assim, convidamos todos os cidadãos a conhecerem o novo Centro de Recolha para perceberem, de perto, estas nossas preocupações.