Dirofilariose canina

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O que é a Dirofilariose Canina?

A doença está presente em todos os continentes, excepto na Antárctica, e ocorre em loais cujo clima favoreça o ciclo de vida do parasita (isto é, temperaturas elevadas). Os cães não tratados são um reservatório estável para a doença, enquanto que os mosquitos actuam como vectores (hospedeiros ou portadores intermediários). Os microfilariae não podem completar o seu ciclo de vida sem primeiro passarem por um mosquito - sem mosquito, o parasita circula no sangue do cão onde acaba por morrer e desintegrar-se. Contudo, estes parasitas são continuamente substituídos por novas microfilariae provenientes dos espécimes adultos que se reproduzem no coração do cão. Os lobos, raposas e gatos também são susceptíveis de contrair a doença.

Como se dissemina a dirofilariose canina?

Ao picarem um cão infectado, os mosquitos ingerem larvas (microfilariae) - estas microfilariae recém-adquiridas migram do tracto digestivo do mosquito para a região abdominal onde sofrem uma transformação. No espaço de 2 semanas atingem a fase infecciosa. Em seguida, invadem a cavidade corporal do mosquito e migram para os órgãos bucais. Por esta altura, o mosquito está pronto para a sua próxima refeição de sangue. Enquanto o mosquito se alimenta do seu hospedeiro, as larvas infecciosas são depositadas na pele do cão. As microfilariae escavam galerias no cão e sofrem diversas alterações até atingir a idade adulta. Deslocam-se então para o lado direito do coração do cão, através de uma veia e ficam a aguardar a oportunidade de se reproduzirem. As filárias adultas podem atingir os 30 cm de comprimento, podendo permanecer no coração do cão durante vários anos. O período que decorre entre a infestação inicial das microfilariae e a reprodução dos vermes adultos que vivem no coração é geralmente de 6-7 meses nos cães. As fêmeas das filárias produzem milhares de novos indivíduos por dia, que poderão de seguida circular na corrente sanguínea, durante um período máximo de 3 anos, à espera de apanhar uma boleia de um mosquito sugador de sangue.

Identificação dos Sintomas

Os parasitas crescem e multiplicam-se, infestando as câmaras do lado direito do coração e as artérias dos pulmões. Podem igualmente alojar-se nas veias do fígado e nas veias que entram no coração. O primeiro sintoma de infestação por filárias poderá só se manifestar um ano após a infestação. Mesmo nessa altura, a tosse ligeira que aumenta com o exercício poderá não ser considerada importante pelos donos. No entanto, a tosse intensifica-se e o cão poderá mesmo desmaiar com o esforço. O cão cansa-se facilmente, enfraquece, torna-se apático, perde peso e forma física e poderá expectorar sangue. A respiração torna-se mais difícil à medida que a doença progride. Esta progressão é traumática: a qualidade de vida do cão diminui drasticamente, sendo que o mais pequeno esforço poderá causar falência respiratória. Segue-se a falha cardíaca congestiva que implica perigo de morte para o cão.

Tratamento e Taxa de Sobrevivência

A infestação por filárias é perigosa- os cães que não sejam tratados morrem e os que são tratados têm de suportar algumas semanas de desconforto durante a fase de destruição e expulsão dos vermes do organismo. Uma análise ao sangue é a única maneira de determinar se um cão tem ou não filaríase. A doença pode ser curada através de terapêutica química, se for diagnosticada precocemente. A maior parte dos tratamentos químicos são concebidos para matar e desintegrar os vermes adultos ao longo de um certo tempo - se todos os vermes fossem mortos de uma só vez, os cadáveres invadiriam os pulmões e asfixiariam o cão infectado. A correcção cirúrgica da doença é possível e poderá ser necessária em muitos casos.

Mais Vale Prevenir que Remediar

A prevenção é muito simples - são recolhidas periodicamente amostras de sangue do cão para detectar a presença de parasitas. Foram igualmente desenvolvidas drogas para evitar que os cães contraiam filaríase. Existe agora uma nova droga à disposição, sob a forma de comprimidos, que assegura protecção durante um mês. No entanto, é sempre necessário fazer uma análise para despiste da dirofilariose, antes de utilizar uma droga preventiva - se forem administradas drogas preventivas em cães já infectados com dirofilariose, essa administração poderá causar reacções graves ou fatais ou vir posteriormente a confundir o diagnóstico. O uso de medicação preventiva não exclui a necessidade de efectuar análises de sangue periódicas. Esta combinação já salvou a vida de muitos cães. Uma análise de sangue periódica é a medida mais fiável pois revelará precocemente uma infecção num animal aparentemente saudável. Um cão pode ser o portador responsável por todo um surto local da doença.

adaptado do Fórum da Companhia dos Animais

(http://www.companhiadosanimais.pt/forum/viewtopic.php?t=3327)